"LAGO DA MORTE", UM LAGO QUE NÃO É LAGO

28/10/2012 18:17

O “Lago” da Morte, na verdade, é uma extensa planície que se localiza numa área baixa do município de Arari. Essa planície durante o período chuvoso fica inundada por um exato período de seis meses, ou seja, de dezembro a julho. Quando chega o período seco, de estiagem, logo nos primeiros meses ela seca totalmente.

O “Lago” da Morte fica a 5 km de distância da sede do município de Arari. Possui uma área de 24 quilômetros quadrados, aproximadamente. Circundando a planície, na parte mais alta, encontram-se árvores de pequeno e médio porte como o crivirizeiro, o genipapeiro, azeitoneiras, mangueiras, etc. Vários igarapés cortam o “lago”, entre eles o lendário Igarapé Nema. Inúmeras aves piscívoras procuram o Lago da Morte para reproduzirem e se alimentarem. São marrecas, jaçanãs, garças, socós, gueguéis, dentre outras.

O “lago” é rico em pequenos peixes, sobretudo peixes “pretos”, como são conhecidos a traíra, o jejú e a carambanja pelos baixadeiros. Quando está cheio, no período chuvoso, ainda pode-se pescar peixes como a curimatá, o capadinho, a branquinha, o aracu, dentre outras espécies, estes peixes, devido a pesca predatória e o desmatamento, já estão minguados tanto em tamnho quanto em quantidade. Quando seca, os peixes mais pescados no “lago” são a piaba, um pequeno, porém  saboroso pescado e pequenas carambanjas e traíras.

O “Lago da Morte” durante o período de seca propicia uma excelente alternativa de lazer e diversão. Faz-se piqueniques, passeios e alguns pecuaristas do município soltam rebanhos de bovinos e equinos para pastarem na planície que forma o lago. A planície é rica em capim-de-marreca, uma gramínea macia de pouco crescimento. Como o Lago da Morte é um ecossitema limnológico temporário, durante a estiagem, de julho a dezembro, as águas ficam restritas ao Igarapé do Nema, que corta toda a planície. É nesse igarapé que as pessoas tomam banho, com a maré cheia, e os pescadores pescam pequenos peixes, no período em que o lago fica seco.

 Em relação à pecuária, está atividade  não é muito favorável à preservação desse Patrimônio Natural arariense.  A presença constante de pessoas, também acaba por prejudicar o lago,  pois muitas delas, de forma mal-educada, deixam lixo espalhados por todo lado. Esse lixo deixados pelas pessoas, são constituidos de plásticos (garrafas PET, sacolas, copos descartáveis, e embalagens diversas) e vidros (geralmente frascos de bebidas alcoólicas). Todos esses resíduos sólidos ficam jogados pela área do lago e, consequentemente, são lançados no Igarapé do Nema. Faz-se necessário um trabalho de proteção e sensibilização ambiental, com o intuito de mantermos esse exuberante local para a posteridade. Afinal, exuberância e riqueza natural ainda fazem parte desse pedaço de chão divino. O Lago da Morte é de todos os ararienses. Contudo, deve ser preservado por todos os ararienses.