AO PESCADOR

06/07/2013 16:32

No romper d'aurora, muitas vezes em jejum,
Lá vai o pescador, com o côfo e a tarrafa às costas,
A canoa lhe espera, o rio, é o seu palco,
A arte desse artista é pescar.

Inventa apetrechos de pesca, reinventa seu ofício,
Sempre com sacrifício, não desanima,
Pois o peixe é alimento, e tem bocas a alimentar.

Choque, munzuá, caniço, pescar torna-se um vício,
A Canoa, é a patroa, companheira inseparável,
Sem ela não singra o rio, não encontra seu sustento.

Chapéu de palha na cabeça,
Dentre outras tralhas, há, a rede de malha,
O landruá, a linha e o anzol,
Remando ao sol, contra ou a favor da maré,
É preciso, então, pescar.

Irmão da lua, amigo das estrelas,
Nem a chuva ou outras intempéries o atrapalham
Sua coragem e determinação te fazem ir avante.
Pescador, devoto de São Pedro,
De histórias mirabolantes, de amores errantes,
Suas teorias não falham. Fracasso não existe,
Porque sua Fé é inabalável.

Tapa o igarapé, lança a tarrafa no rio,
Arma a rede de pesca no lago,
De alguma maneira, adquire sua subsistência.
Sabe que é preciso preservar,
Porque amanhã voltará a pescar.

Peixes são tesouros, presentes de Deus,
Vive a venerá-los, a pescá-los e degustá-los.

Pescador de peixes, de ilusões, de corações,
Profissão nobre e necessária,
A ti, pescador, a nossa honra e Glória!

(Adenildo Bezerra, Professor e Membro da ALAC).