Matematização do Eu
No cotidiano do meu Ser, sinto a potenciação do amor;
Racionalizo os denominadores da minha razão,
Subtraio os infortúnios e a miserabilidade da dor
Multiplico por dez, cem, mil, as alegrias do meu coração.
Adiciono mais cor, sabor e aroma ao meu viver;
Soluciono meus problemas, almejando uma simetria da vida;
Numa exponencial do ego, equaciono as tristezas do querer;
Com uma raiz cúbica do entusiasmo, cicatrizo-me as feridas.
Em progressão geométrica, aumento minhas possibilidades;
Esticando a circunferência, que fecha-me em um circulo vicioso;
Em seno e cosseno, transpareço trigonometrias de amizades;
Penso positivo, nunca negativo, não troco o mais por menos;
Busco as estatísticas coerentes dentro de uma singela proporção;
Porque a matemática do viver não permite pensamentos pequenos.
(Adenildo Bezerra, professor, pesquisador e membro-fundador da ALAC)