A ARARI QUE ESTÁ EM MIM
Meu estro, fonte límpida, que purifica a minh’alma;
Emoldurada pelos campos de ventos mansos;
Que cintila uma luz divina que abranda e acalma;
E convida-me a relaxar, em benévolos descansos.
No mundo, és tu, própria, torrão santo, e singular;
Mesmo fatigada por desatinos, és o fruto mais doce;
Meu rincão, meu viver, a cada aurora, meu despertar;
Tens teus contrassensos, fleumas e sabor agridoce.
Nestes mais de mil quilômetros de terra abençoada;
Recortada por “mares” de amores hídricos e airosos;
O Mearim corteja-te, pujante, e, em sonhos gloriosos.
Sobre esse teu solo fértil, brota, em mim, a esperança;
Pairando no teu céu, aves belas, enfeitando-te de véu;
E revelando-me uma gleba, inspiradora e de bonança.